sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ao íntimo

Só você para dar á minha vida a direção, o tom, a cor...

Me sinto só,
tão singurlamente só, que nem em alucinação aquela pétala desmembrada carinhosamete pelo vento, ao cair no chão, ousaria desconfiar.
O eco, que outrora vazava do teu íntimo, me enchia e me preenchia de uma sensação de extrema saciedade.
Eu ti comia e consumia em um rítmo natural de egoísmo e luxúria.
Hoje, sem pecados, sem excessos... pórem sem cor, sem vida... engasgo com o gosto áspero do meu calado.
Esparramo, inodora, os grãos de areis com meus passos.
Miseráveis grãos de areia!
Se deixam pisotear por pés monossilábicos, que se movimentam num ir e vir de nada ser.
Pés, que tão covardemente, balbuceiam sua presença em diversos asfaltos, mas como que estrangeiro, nimguém lhes ouve; ou como que insignificante, ninguém os possui.
Me sinto avessa!
Você acorrentou ao seu eco, o meu manual.
O que me restou foram membros. Estes, que não me sustentam e não me refletem.
Onde estou?... ou melhor, "quem" estou?(...)


Inacabado...
Jacyara Osório,
de vota!

domingo, 3 de maio de 2009

Já é tempo!!!


As pegadas do amor voltam a marcar essas linhas baldias...

O que escrevo não tem dono, nem eu mesma...

Precisaria ensaiar saber o que sou...

A que desenho animado pertece meus traços desbotados...

O momento é de cor...

Pisoteios de sorrisos em minha dose....

A última que sobrou daquele porre mal remendado...

Tá chovendo!!!!
E bebemos da mesma goteira...

"eu", que com sede, não disponho de tempo....

Você, um estranho íntimo, não seria mais meu se mais tempo eu tivesse...

Ora, se em um enquanto ou em uma primavera...não importa!!!

As águas da chuva nos vestiram de um destino que certamente delinearemos juntos!!!!

Os pingos do amor, quando torcidos, só escorrem juntos!!!!


JACYARA OSÓRIO



sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Acaso!




"à uma amiga com brasas no coração! "


Debruçada sobre a cama, seu corpo disfarça, parado e calado, a volúpia de seus pensamentos.
Ela está aqui, seu corpo, sua materialidade estão. Sua cabeça voa rumo ao encontro dele, destino certo, entre seus braços. Implora por vê-lo. Percebe um leve vento que seca sua boca e seca também seu chamado. Ah! Como queria dizer que o amava, e de certa forma, amava até mesmo esta expectativa e este não-saber dele. E sorri, descontrolada, ao despertar aquele momento em sua lembrança... ele passava por ela e olhava como quem olha uma folha que cai, tão naturalmente que logo dirige seus olhos a sua bota um tanto surrada e segue a contar passos que o distanciam daquele encontro, e então, mais do que cedo, já esquecera a folha que caiu e a moça que olhou e não viu.
Ela ficou para trás, ou em lugar nenhum... ele sabia menos dela de que dos grão de areia que deixava a cada avanço. Não sabia dela. Sabia de alguns poucos poemas do poeta da moda, algumas poucas canções e uma meia dúzia de bebidas; o suficiente para impressionar o maior número possível de garotas deslumbradas. Era um boêmio. Não tão bonito quanto seus olhos, pretos e rasgados. Nem tão mais inteligente que bonito. Mas, de certo, um cavalheiro.
A folha é tão leve quando cai, que decerto ele nem percebera que naquele instante, de sangue e dor, fazia curar um coração órfão. Ela ferida, ele, protetor.
Agora, ali deitada, ela está a pensar e a afagar aquele lenço, resquício de um quase amor.



JACYARA OSÓRIO

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Culpa


"Não vou mudar
Esse caso não tem solução
Sou fera ferida
No corpo, na alma e no coração"
(Roberto Carlos)


Por estas linhas desenho teu abstrato, e por esse chão marco teus passos desconhecidos...
Esboço, plano, expectativa...
Tudo tão sentimental ,tão mais concreto que esta saudade feia que segura uma caneta sem tintas e por isso, sem motivo, sem passado e sem laços. Nas entrelinhas só nos resta as lembranças aladas de momentos que recortamos de nossa solidão, mas que mesmo assim não merecem tantos destaques assim.
O intervalo por entre seus passos descobrem uma fresta de ar e luz que emprestam a nossas almas um pouco de vida e de saciedade.
As nuvens que refletem por seus olhos, em um espectro de sinceridade, indicam que o céu está próximo, ou quem sabe, dentro deles. Um céu com infinitos horizontes, que pena, não tão grandes que me caiba,ou não tão pequenos que me machuquem tanto.
Você precisava de ajuda! Estava ferido, tropecei em ti, não ouvi teu grito de socorro, eu estava tão perto e não te ouvi, nem ti vi.
Deixei tua ferida abrir, não cheguei á tempo...
Agora, tua dor lateja em mim.
Teu abstrato, é o vazio daquele copo, o sabor daquele beijo, o perfume dos nossos olhares, o fervor do corpo banhado.
E por estas mesmas linhas, derramo lágrimas...
A ferida é concreta!


JACYARA OSÓRIO

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Promessa



À um amor ainda não conjugado...





Naquela cidadezinha onde o amor cheira a lodo e a alegria brota pegajosa, mais nada acontece. E as coisas falam por si só.
Sentada, parecia esperar a vida passar. Esperava e não sentia. Eu já não me tinha importância.
Em um momento, sem data nem hora, a minha boca aprendera a balbulciar outro nome,ainda sem tanto sentido pra mim, e meu coração a bater por ele.
E aí, pelo vento ou sei lá por quê, ouvia ecoar risos do fundo da minh´alma, com vários "s" no final. Risos, verdadeiras promessas dissolvidas em ar e em água na boca, apetite de um novo amor.

Ah! Como é bom está com ele... "mais bom que bombom!"
Dormindo ou acordada, estou sempre a sonhar... as nossas pupilas se dilatam à medida que nossas bocas se unem em sorrisos , neste escuro que nos decifra e ilumina de felicidade. Alheios ao barulho que neste instante nos ensurdesse e nos abstem das coisas do mundo, aliás de outro mundo, este que nada sabe sobre agente e menos, da perfeita sincronia dos nossos corpos.

Nossos pêlos se abraçam e se arrepiam ... e o frio daquela noite é o calor daquele sol de meio-dia! Seu suor, em uma performance frenética, me banha como gotas salgadas de chuva a penetrar no mais íntimo dessa terra ainda tão pouco explorada , e então, só flores!


JACYARA OSÓRIO

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem não tem!?


Tava aqui a pensar sobre pessoas...e mesmo sabendo que esta é uma discussão digna de começo apenas, com muitas vírgulas, adjetivos e provalvemente sem pontos finais nem no singular nem no plural.. Tentarei...

Bom!Sem grupos ou classificações, as pessoas, do caso reto,ou em português bem vulgar...eu, fulano, citrano,etc... se diferenciam ou se personalizam por uma característica expontânea que venha a despontar com mais excesso nelas, o que são as manias.

Manias... quem não as tem!?. Essas são companheiras de todos os momentos inclusive nos atrasos, porque são elas que os provocam.

Eu, a primeira pessoa, em nível e intensidade de manias, elas chegam a se tornar um hábito... lavar as mãos,é, se por algum descuido uma das mãos molhar, a outra também tem que ser molhada, parece que eu não estou sendo justa se isso não acontecer. Hum! Abaixar a chave do gás sempre que for dormir e pelo menos um milhão de vezes levantar da cama e conferir se de fato abaixei. A mania de não confiar em mim ou sei lá o que eu penso nesta hora, continua com as horas, eu olho e olho e olho. Ah!fechar a porta, dar duas voltas na chave e voltar do meio ou ,quem sabe mais, do caminho pra ter certeza... e apagar a luz com uma e depois com a outra mão, fazer o sinal da cruz incontáveis vezes, contar os quadradinhos das calçadas... assim, só coisas mesmo que não atrapalham as pessoas, e por falar em pessoas...

FULANO,este tem manias de intelectual, um tanto quanto etnocentricas, mas bem menos agressivas a saúde mental do que as manias do grupo EU, até porque, para eles o problema está sempre nos "EUs" ou nos "CICRANOS", nunca neles próprios...

Pois é, FULANO, que música boa, só a do Chico, livros os melhores são os que ele leu, o estilo de vid ideal é o dele... E não entende que a as pessoas podem também e sobretudo encontrar a felicidade dançando alguma daquelas Frutas tão famosas, ou curtindo um forró, ou, pessoas que não leêm porque não sabem ou porque não SABEM, acham a felicidade numa dessa boates sufocantes de perfumes caros e roupas transadas. As pessoas tem o direito até mesmo de dar um rumo ao seu dinheiro, umas investem e outras in-VESTEM.

E CICRANO, é o mais normal de todos e todos os outros tem um pouco dele...

Tem mania de "tá bom!" Tudo pra ele é a melhor coisa do mundo, está safisteito com tudo... você deixa uma pia cheia de louça pra ele lavar, ele vai de bom gosto e corre o risco dele pedir desculpa pela demora...kkkkkkkkkkkk

Essas pessoas são eu,tu, ele ... escolha quem é e identifique suas manias...

Afinal, cada louco tem suas manias...


JACYARA OSÓRIO

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Só depois...

Sobrou desse nosso desencontro um conto de amor sem ponto
final.Retrato sem cor jogado aos meus pés.E saudades fúteis. Saudades frágeis.Meros
papéis... Chico Buarque de Holanda

A cena era; final de tarde, o sol sangrando no horizonte, tão lindo e tão triste, parecia doer muito aquela breve despedida;pés descalsos recostados naquele banco onde minhas pernas sentiam-se abraçadas pelos braços e os joelhos a apoiar o queixo, em uma posição de exaustiva espera.O vento, desajeitado, fazia meus cabelos moverem-se em um vai e vem que imitava as ondas do mar.

O cenário era perfeito,não podia ser melhor!

Mesmo não tendo pensamentos e vivências dignos de um conto de fada... lá estava eu, mais uma vez a espera da felicidade, ou o que eu achava que era a felicidade.

E lá vinha Ele...

Corria...e corria muito!

Mas mesmo seus longos passos estavam atrasados para aquele que era o nosso momento! Ele chegou tarde demais, chegou quando o NÓS desfei-se. Chegou quando os nossos mimos e gostos eram outros. Chegou depois da sobremesa, depois do PARABÉNS, depois do melhor da festa... Na hora do ADEUS...

É , adeus,de repente Ele me preenchia de tanta ausência que a Ele e entre nós dois só cabia mesmo um adeus.

Ele correu muito;estava cansado, eu também.

Estávamos cansados de correr separados mesmo estando juntos, um dentro do outro. Passos largos que nos distanciavam de nós mesmos e nos tomavam do amor que sempre quisemos preservar.

Está certo! Nós deixamos pra nos amar só amanhã, ou depois do trabalho, ou depois daquela crise familiar...nos atrasamos mais uma vez!



JACYARA OSÓRO