terça-feira, 28 de outubro de 2008

Promessa



À um amor ainda não conjugado...





Naquela cidadezinha onde o amor cheira a lodo e a alegria brota pegajosa, mais nada acontece. E as coisas falam por si só.
Sentada, parecia esperar a vida passar. Esperava e não sentia. Eu já não me tinha importância.
Em um momento, sem data nem hora, a minha boca aprendera a balbulciar outro nome,ainda sem tanto sentido pra mim, e meu coração a bater por ele.
E aí, pelo vento ou sei lá por quê, ouvia ecoar risos do fundo da minh´alma, com vários "s" no final. Risos, verdadeiras promessas dissolvidas em ar e em água na boca, apetite de um novo amor.

Ah! Como é bom está com ele... "mais bom que bombom!"
Dormindo ou acordada, estou sempre a sonhar... as nossas pupilas se dilatam à medida que nossas bocas se unem em sorrisos , neste escuro que nos decifra e ilumina de felicidade. Alheios ao barulho que neste instante nos ensurdesse e nos abstem das coisas do mundo, aliás de outro mundo, este que nada sabe sobre agente e menos, da perfeita sincronia dos nossos corpos.

Nossos pêlos se abraçam e se arrepiam ... e o frio daquela noite é o calor daquele sol de meio-dia! Seu suor, em uma performance frenética, me banha como gotas salgadas de chuva a penetrar no mais íntimo dessa terra ainda tão pouco explorada , e então, só flores!


JACYARA OSÓRIO

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem não tem!?


Tava aqui a pensar sobre pessoas...e mesmo sabendo que esta é uma discussão digna de começo apenas, com muitas vírgulas, adjetivos e provalvemente sem pontos finais nem no singular nem no plural.. Tentarei...

Bom!Sem grupos ou classificações, as pessoas, do caso reto,ou em português bem vulgar...eu, fulano, citrano,etc... se diferenciam ou se personalizam por uma característica expontânea que venha a despontar com mais excesso nelas, o que são as manias.

Manias... quem não as tem!?. Essas são companheiras de todos os momentos inclusive nos atrasos, porque são elas que os provocam.

Eu, a primeira pessoa, em nível e intensidade de manias, elas chegam a se tornar um hábito... lavar as mãos,é, se por algum descuido uma das mãos molhar, a outra também tem que ser molhada, parece que eu não estou sendo justa se isso não acontecer. Hum! Abaixar a chave do gás sempre que for dormir e pelo menos um milhão de vezes levantar da cama e conferir se de fato abaixei. A mania de não confiar em mim ou sei lá o que eu penso nesta hora, continua com as horas, eu olho e olho e olho. Ah!fechar a porta, dar duas voltas na chave e voltar do meio ou ,quem sabe mais, do caminho pra ter certeza... e apagar a luz com uma e depois com a outra mão, fazer o sinal da cruz incontáveis vezes, contar os quadradinhos das calçadas... assim, só coisas mesmo que não atrapalham as pessoas, e por falar em pessoas...

FULANO,este tem manias de intelectual, um tanto quanto etnocentricas, mas bem menos agressivas a saúde mental do que as manias do grupo EU, até porque, para eles o problema está sempre nos "EUs" ou nos "CICRANOS", nunca neles próprios...

Pois é, FULANO, que música boa, só a do Chico, livros os melhores são os que ele leu, o estilo de vid ideal é o dele... E não entende que a as pessoas podem também e sobretudo encontrar a felicidade dançando alguma daquelas Frutas tão famosas, ou curtindo um forró, ou, pessoas que não leêm porque não sabem ou porque não SABEM, acham a felicidade numa dessa boates sufocantes de perfumes caros e roupas transadas. As pessoas tem o direito até mesmo de dar um rumo ao seu dinheiro, umas investem e outras in-VESTEM.

E CICRANO, é o mais normal de todos e todos os outros tem um pouco dele...

Tem mania de "tá bom!" Tudo pra ele é a melhor coisa do mundo, está safisteito com tudo... você deixa uma pia cheia de louça pra ele lavar, ele vai de bom gosto e corre o risco dele pedir desculpa pela demora...kkkkkkkkkkkk

Essas pessoas são eu,tu, ele ... escolha quem é e identifique suas manias...

Afinal, cada louco tem suas manias...


JACYARA OSÓRIO

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Só depois...

Sobrou desse nosso desencontro um conto de amor sem ponto
final.Retrato sem cor jogado aos meus pés.E saudades fúteis. Saudades frágeis.Meros
papéis... Chico Buarque de Holanda

A cena era; final de tarde, o sol sangrando no horizonte, tão lindo e tão triste, parecia doer muito aquela breve despedida;pés descalsos recostados naquele banco onde minhas pernas sentiam-se abraçadas pelos braços e os joelhos a apoiar o queixo, em uma posição de exaustiva espera.O vento, desajeitado, fazia meus cabelos moverem-se em um vai e vem que imitava as ondas do mar.

O cenário era perfeito,não podia ser melhor!

Mesmo não tendo pensamentos e vivências dignos de um conto de fada... lá estava eu, mais uma vez a espera da felicidade, ou o que eu achava que era a felicidade.

E lá vinha Ele...

Corria...e corria muito!

Mas mesmo seus longos passos estavam atrasados para aquele que era o nosso momento! Ele chegou tarde demais, chegou quando o NÓS desfei-se. Chegou quando os nossos mimos e gostos eram outros. Chegou depois da sobremesa, depois do PARABÉNS, depois do melhor da festa... Na hora do ADEUS...

É , adeus,de repente Ele me preenchia de tanta ausência que a Ele e entre nós dois só cabia mesmo um adeus.

Ele correu muito;estava cansado, eu também.

Estávamos cansados de correr separados mesmo estando juntos, um dentro do outro. Passos largos que nos distanciavam de nós mesmos e nos tomavam do amor que sempre quisemos preservar.

Está certo! Nós deixamos pra nos amar só amanhã, ou depois do trabalho, ou depois daquela crise familiar...nos atrasamos mais uma vez!



JACYARA OSÓRO



terça-feira, 14 de outubro de 2008

Palavras ao vento


As palavras daquele livro favorito pareciam ter vida própria, neste instante nem sei se existo ou se sou mais um daqueles personagens com crises existenciais que tanto me cativam. Uma vírgula. Muita concentração. De repente me perco em meio a todas as coisas materiais e abstenho-me em meus pensamentos. Aprecio aquela linda paisagem que foge a cada piscar de olhos, a cada centímetro que avanço rumo ao nada ou onde quer que seja, não importa, ela foge. O virar de páginas se finda. Meus olhos não tem onde mais se fixar... as árvores passam por mim e tão logo se despedem; carros outrora tão reais se minimizam e se perdem conforme o vento toca o meu rosto e conforme a pressa do motorista.
É sempre bom respirar novos ares, vislumbrar os céus das casas vizinhas e banhar de outras águas; nem que seja para no fim de tudo optar por aquele velho e furado costume de ver outdoors no percurso do ônibus.
Pisar em terras alheias... é algo energizante para o corpo, dá um novo tom àquela alma pálida de um corpo que neste instante é outro.
Outro, não porque alheio. Não porque indesejável. Não porque pior.
Um corpo que parece independer do nome, do número do sapato , da fome.
É leve! Como nunca antes fora...
E lá estava eu... tão menos interessante que cada um daqueles grãos de areia que tanto se diferenciavam e se confundiam no pisar daqueles passos desorientados por aquela visão. Era o mar. Não apenas um mar... mas, um lindo mar! Aquele de sempre. Aquele de nunca, aos meus olhos!

Jacyara Osório